Capitã Estéfane diz ter perdoado assassina de seu pai
Dois dias após ter tomado posse como vice-prefeita de Vitória, no dia 3 de janeiro de 2021, Capitã Estéfane (Republicanos) deixava o Estado rumo ao interior de Minas para uma difícil tarefa: enterrar o pai, Denevaldo Franca, de 50 anos, assassinado pela namorada.
Apesar da dor e pelo luto precoce por ter perdido o pai de forma tão violenta, Estéfane diz, um ano depois do crime, que perdoa a mulher que matou seu pai. “Sim, eu consegui perdoar. Eu desejo do fundo do meu coração que ela entenda o que ela fez, que ela se arrependa. Porque, na verdade, acho que ela é quem está mais sofrendo com isso. Porque meu pai não está mais aqui, eu e minha família, com a ajuda de Deus, conseguimos superar. Ela que está tendo que lidar com isso, ela que vai sofrer”, disse Estéfane.
A vice-prefeita contou que a mulher está respondendo a processo. “A justiça terrena a gente sabe que é lenta, mas a lei da semeadura é muito efetiva. Eu não desejo mal nenhum, mas o que a gente faz, a gente colhe. Desejo que ela conserte isso com ela mesma, com a família dela, mas com relação a mim e a minha família, nós não temos mágoa e nem desejo de vingança”.
A vice-prefeita disse ainda que não tem acompanhado o processo instaurado para apurar o crime. “Eu não estou acompanhando, sei que demora, está em segredo de Justiça e até por eu exercer um cargo de autoridade, as pessoas podem achar que estou usando de influência. Então, está correndo como tem que correr e a gente está levando nossa vida com tranquilidade, confiando que ele está melhor que a gente, que ele está com Deus, e que um dia a gente vai se encontrar com ele”, disse Estéfane.
Segundo ela, o crime ocorreu sem ter um motivo aparente, em meio a uma briga entre Denevaldo e a namorada. Os dois, segundo Estéfane, tinham problemas com alcoolismo. “Meu pai teve uma vida um pouco dificil, não teve escolaridade, trabalhou em subemprego a vida inteira, como minha mãe, e desde a infância ele se envolveu com alcoolismo. Ele teve esse conflito com a namorada, ela também era envolvida com bebida, foi uma briga sem motivo aparente”, explicou Estéfane.
Evangélica, ela credita à fé a superação do luto e do desejo de vingança. “Eu passei por alguns processos de crença e na data que meu pai faleceu eu estava com uma conectividade espiritual muito tranquila. Passei pelo processo de luto, não vou dizer que foi fácil, mas com paz interior, entendendo que Deus está no controle, entendendo o perdão. Porque por mais que essa moça tenha sido a assassina do meu pai, ela também está numa condição que precisa de ajuda”.
Reprodução Folha Vitória
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