Tapumes para esconder o descaso, Mercado da Capixaba sofre com o abandono no Centro de Vitória
Obras que se arrastam por 17 anos prejudicam o Centro da capital, além de moradores e comerciantes.
O Mercado da Capixaba importante espaço histórico e cultural, no Centro de Vitória sofre com o abandono e descaso por parte da Prefeitura de Vitória, comerciantes e moradores contam que já tentaram contato várias vezes com a atual gestão, sem resultado.
De acordo com moradores a prefeitura cercou o local com tapumes, entretanto não há obras autorizadas nos locais e o Mercado segue abandonado, representantes locais reclamam da falta de diálogo entre associações no Centro e a gestão atual.
Alexandre Furieri Rodrigues, morador do Parque Moscoso no Centro de Vitória e líder comunitário ativo na região, o Mercado da Capixaba está abandonado pelas gestões que já passaram pelo Centro e pela atual administração.
“O teto do Mercado teve que ser retirado, pois ele estava caindo e ninguém fazia nada, são promessas e mais promessas de secretários e ninguém toma uma providência. Vários secretários aparecem na impressa e anunciam as obras para a criação de espaços alternativos de cultura e lazer para a população, mas fica apenas na promessa”.
Alexandre explica que no último feriado moradores e comerciantes foram surpreendidos por uma limpeza e pela colocação de tapumes, para o anúncio de uma suposta obra.
“A legislação eleitoral não permite o início de obras emergenciais no local, nós queremos ser respeitados, nós queremos opinar sobre a estrutura do lugar”.
De acordo com outra moradora que prefere não ser identificada o Centro vem sofrendo com a falta de iluminação pública, além de abandono de monumentos históricos como o importante Mercado da Capixaba.
“O Centro está totalmente abandonado, a iluminação pública é inexistente, tudo aqui está precário, prejudica os moradores, os comerciantes. O Mercado é um espaço importante, ali tem história, tem cultura, seria um polo incrível para o artesanato, gastronomia, mas ninguém parece se importar. É um desperdício, só se vê isso aqui, em outras partes do mundo a história e cultura tem muito valor.”
Para Furieri o Mercado deve funcionar como polo gastronômico, um espaço para venda de artesanatos, e local para microempreendedores, tornando-se um ponto turístico.
“Acredito que aquela área deva se tornar um espaço para microempreendedores, artesanatos, um espaço gastronômico para que as pessoas possam se alimentar ali. Se tornar um polo turístico, com vendas de panelas de barro, como no passado. O espaço é agradável e poderia se tornar um ponto turístico para Vitória”.
Lino Feletti presidente da AMACentro disse que a associação estranhou o reinício das obras no período eleitoral, ele defende uma gestão compartilhada entre moradores e a Prefeitura de Vitória com explicações do que será feito no imóvel após a reforma.
“Estranhamos o reinício das obras nesse momento, em função das eleições, mas ainda assim entendemos que a reforma deve ser feita. A nossa maior preocupação é a forma de gestão do mercado após a reforma, o que será instalado no local, pois apesar de buscarmos uma explicação da prefeitura sobre como e o que funcionará no local a gestão não nos dá nenhuma resposta. Nós queremos colaborar com propostas e ideias, nós queremos uma gestão compartilhada”.
Por enquanto os moradores e comerciantes seguem esperando um posicionamento da prefeitura, o Centro da Capital merece um resgate cultural que preserve as raízes históricas do lugar.
Texto: Bruna Fernanda Jureves Moura
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